Workshop de Grafologia

Mostra-me a tua escrita, dir-te-ei quem és !
A escrita, uma janela aberta sobre nós e os outros!


Luís Philippe Jorge
 Na sexta-feira, 25 de novembro, realizou-se na CALAZANS um workshop sobre Psicologia da escrita – Grafologia - no âmbito de um projeto do grupo de Biologia e Geologia, cuja rubrica se designa “À conversa com…”.
Este evento contou com a presença da Drª Ana Mendes, mestranda em Sociopsicologia da Saúde e do Dr. Luís Philippe Jorge, Psicoterapeuta e Psico-grafólogo, diplomado em psicologia vocacional e clínica, diplomado em Andragogia (psico-pedagogia para adultos) e grafólogo certificado pelo Instituto de Caraterologia do Canadá. Perante oradores tão prestigiados e um programa desafiador, o auditório manteve-se atento e participativo e como tal não arredou pé!

Ana Mendes

Após a apresentação e contextualização da temática do workshop no contexto escolar, foram debatidos os limites da educação eletrónica. A Drª Ana Mendes começou por estabelecer a relação entre o excesso de estímulos e as manifestações de défice de atenção/concentração, bem como entre a idade em que as crianças estão sujeitas a esses estímulos e a própria grafologia. Das suas palavras depreendemos que questões tão complexas como estas não podem fixar-se na visão exclusiva e restrita de uma única área, pelo contrário, necessitam de ser colocadas dentro de um paradigma integrativo.
As TIC, ferramenta indispensável nos dias de hoje, aparece-nos, então, descrita como algo nocivo, responsável por uma toxidade a nível neurobiológico. Nesse sentido, a Drª Ana Mendes alerta para o seu uso controlado para evitar a necessidade de uma reeducação como já acontece em países como os E.U.A e em alguns países europeus. Aconselha-se, pois, que estas tecnologias apenas estejam acessíveis a partir da adolescência uma vez que o excesso de estímulos eletrónicos em idades prematuras cujo sistema nervoso central não se encontra física e biologicamente desenvolvido para dar resposta fisiológica, causa stresse e pode conduzir a patologias psicossomáticas.
Há uma hiperatividade provocada pela TV e pelo PC que é fácil de ser compreendida: as crianças saudáveis não ficam quietas, o seu mundo está em movimento, pois é assim que aprendem, desenvolvem musculatura, coordenação motora, etc. Ora, diante do ecrã a criança inibe os seus movimentos e criatividade, apoderando-se dela um estaticismo e uma sonolência que, quando desligado o equipamento, se transforma numa explosão de atividade para compensar o tempo em que ficou imóvel e passiva. Perante esta hiperatividade, os pais geralmente incomodados, colocam a criança novamente à frente do ecrã que extasia a criança, conduzindo-a uma vez mais a uma passividade e a uma alienação que tranquiliza pais e educadores menos informados. Dessa forma e, inconscientemente, contribui-se para a atrofia cerebral e consequentemente para o stresse.
Neste mundo imaginário do qual as crianças emergem, tudo acontece muito rapidamente,  tornando a vida real monótona, e colocando-nos perante uma geração “fast” cuja tolerância a tarefas lentas e rotineiras é cada vez menor.
A longo prazo, estas crianças demasiado expostas a estímulos eletrónicos mostram marcas irreversíveis a nível neurobiológico. São estas as mazelas que “substituíram” os joelhos esfolados de há 3 décadas atrás!
A criança necessita de regras, balizamentos biológicos e aprendizagem de rituais. Um gesto humano que nos torna únicos, se nos compararmos aos restantes animais, é o da grafia. Segundo o Dr. Luis Philippe, tudo é linguagem, tudo é transmissão, a palavra representa apenas 30 a 40 % da nossa comunicação. A escrita não mente, ela é um reflexo do nosso pensamento, das nossas sensações e das nossas experiências, ela vai para além da coordenação motora de músculos e membros. Não é a mão que escreve, a mão é apenas um prolongamento anatómico de todos os processos biológicos, quem escreve é o cérebro na sua totalidade através de gestos verticais e horizontais. Uma criança que não opera, que não interage com o meio, tem um desenvolvimento mais lento e isso espelha-se na escrita.
No final desta sensibilização/ação, os participantes ficaram dotados de um método de análise psicografológica da escrita que os capacita a identificar aspetos como: a introversão/extroversão; a sociabilidade e a estabilidade emocional.
Para os interessados em seguirem uma formação com vista a adquirirem capacidades práticas de análise de uma escrita, Luis Philippe Jorge, dispõe de duas opções formativas: “Psicologia da Escrita – Grafologia” e “Workshop de grafologia – sensibilização e introdução à análise da escrita. Para mais informações poderá contactar l.phil.jorge@gmail.com .

Texto: Sofia Fazendeiro
Imagem: Fátima Carvalho



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